Semana da Composição 2018 - Concertos
Data: 14 a 20 de Maio de 2018
Local: Auditório Vianna da Motta, ESML
Sinopse: No âmbito da fase intermédia do projecto Criação, Circulação, Registo e Edição de obras de Música Portuguesa Contemporânea, foram apresentadas a público, na Semana da Composição 2018, diversas obras de alunos e investigadores da ESML, ESMAE e UE.
Esta semana insere-se no âmbito das actividades de investigação da ESML, integrando projectos de investigação como CCRE-MPC, passando pelas actividades de pesquisa do Mestrado em Música, Mestrado em Ensino da Música na área de especialização de Composição, com a colaboração das classes de Música de Câmara, Instrumento, Canto e do curso de Direcção de Orquestra de Sopros.
Foram realizadas as seguintes actividades:
- 16 Conferencias que envolveram 24 Conferencistas, de entre professores da ESML e alunos de Mestrado, em ambos os casos investigadores da ESML - Pólo do CESEM e ainda de compositores convidados como Luigi Abbate, Jug Markovic, António Sousa Dias, Isabel Pires e Luís Soldado.
- 6 Concertos na ESML onde foram apresentadas obras de referência dos séculos XX e XXI e onde foram ainda estreadas 30 obras de entre alunos, professores investigadores da ESML.
Deste modo foram desenvolvidas actividades que visam ainda o envolvimento dos alunos da Licenciatura em Música em práticas de pesquisa, reflexão e investigação na área da composição e da interpretação, com a realização de conferências sobre diversas temáticas experimentadas na prática nos concertos ao longo da semana.
Dia 14 - Concerto n.º 1:
André Simões (n.1998) | Rotina Urbana * (2018) para ensemble de sopros e percussão
Pedro Beirão (n. 1997) | Salazar vai * (2016) acusmática
José Luís Ferreira (1973-2018) | Spinning II * (2017) para piano a 4 mãos
Simão Bárcia (n. 1998) | Extraterrestres * (2018) para flauta, violoncelo e piano
João Damas (n.1981) | Palácio de Cristal * (2018) para ensemble de percussão
António Pinho Vargas (n.1951) | Estudos e Interlúdios - excertos (2000) para ensemble de percussão
Sobre a captação sonora: Neste concerto as peças apresentadas foram escritas para ensembles diversos e para a captação sonora recorreu-se a um par stereo de forma a obter o panorama geral dos mesmos assim como a sua interação com a sala. Também foram utilizados vários microfones pontuais de modo a reforçar cada instrumento na sua individualidade. Dada a presença do piano nalgumas peças, foram-lhes dedicados dois dos microfones, sendo os restantes utilizados diversos instrumentos. Este plano permitiu um controlo mais detalhado e minucioso sobre todos os elementos, algo que não seria possível utilizando apenas um par stereo. Neste concerto uma das peças apresentadas foi de caráter acusmático, sendo assim reproduzido um ficheiro áudio pré gravado com o resultado final da mesma.
Dia 15 - Concerto n.º 2:
Pedro Latas (n. 1998) | Diálogo (2017) para clarinete e electrónica
André Lisboa (n. 1998) | Lembranças I * (2018) para quinteto de cordas, harpa e flauta de bisel alto
Jorge Ramos (n. 1995) | Song of Happiness * (2017-2018) para um performer de electrónica solo
Rodrigo Cardoso (n.1997) | Definições * (2017) para coro
ESMAE:
Solange Azevedo| Um Ressoar Cêntrico Dourado * para ensemble
Olívia Silva| Positive messages in a falling apart world * para ensemble
Lucas Rei Ramos| Esconder-se no multiverso * para ensemble
Nuno Trocado| 2458208 * para ensemble
José Maciel| Ausência * para ensemble
Sobre a captação sonora: Este foi um concerto colaborativo entre a ESML e a ESMAE do Porto: além dos ensembles da ESML, vários ensembles da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo tocaram peças compostas pelos seus alunos. Para as várias captações foi utilizado um par stereo que permite um registo geral de todos os ensembles e a sua interação com a sala e também vários microfones pontuais de modo a reforçar os instrumentos na sua individualidade. Algumas peças tinham componente eletrónica que adicionou um nível extra de complexidade à captação. Este trabalho resultou numa gravação capaz de ser editada e misturada com qualidade e controlo dos vários elementos.
Sobre a pós-produção de áudio: O processo começou pela edição do áudio dos diferentes microfones, dado a constituição dos ensembles variar de peça para peça. Assim, separaram-se as faixas por peça e procedeu-se à seleção dos microfones usados em cada uma. Foram criadas sessões diferentes para cada peça para facilitar a posterior edição. Por fim, procedeu-se ao ajuste de níveis dos diversos microfones, de forma a obter uma mistura equilibrada e coerente, e recorreu-se ao uso de plug-ins de equalização, filtragem e compressão usados cirurgicamente para melhorar a qualidade sonora de algumas faixas. O resultado dos processos de edição e mistura áudio das obras gravadas apresentam as características sonoras desejadas e transmitem a musicalidade e expressividade captadas.
Sobre a pós-produção de vídeo: O processo de edição do vídeo começa com a correção de cor entre as várias câmaras para que se consiga uma uniformidade entre as diferentes máquinas utilizadas. Seguidamente alinham-se temporalmente os diferentes planos as várias câmaras. Este passo consiste em sincronizar as diferentes faixas de vídeo pelo seu áudio, de modo a que as transições tenham correspondência entre as várias câmaras e o áudio gravado. Em seguida, procedeu-se à escolha de planos e à edição propriamente dita, visualizando de início ao fim e selecionando a faixa correspondente à pretendida. Por fim, adicionou-se a faixa de áudio previamente misturada, sincronizando-a e silenciando os áudios captados pelas câmaras em si.
Dia 16 - Concerto n.º 3
Karlheinz Stockhausen (1928-2007) | Stimmung (1968) para sexteto vocal
Sobre a captação sonora: Neste concerto apenas foi apresentada uma peça de Karlheinz Stockhausen com o nome de Stimmung para sexteto vocal (dois sopranos, um alto, dois tenores e baixo). A peça contou também com apoio eletrónico. Para a captação o sexteto dispôs-se no palco em hexágono e foram utilizados seis microfones de mão pontuais. Para o reforço sonoro foram utilizadas consequentemente seis colunas em hexágono (uma para cada músico). O sexteto vocal teve ainda ao seu dispôr o apoio eletrónico que consistia no envio de ondas sinusoidais apenas para a monição do sexteto vocal. Neste concerto decidiu-se pela não utilização de um par stereo uma vez que o panorama
geral do sexteto não acrescentaria nada ao produto final tendo em conta que o controlo individual de cada cantor já foi obtido através de cada um dos microfones pontuais. Mesmo assim, este plano permitiu um controlo minucioso e detalhado, resultando assim num produto final rico e conciso.
Dia 17 - Concerto n.º 4:
György Ligeti (1923-2006) | Bagatelas (1953) para quinteto de sopros
Bernardo Beirão (n. 1997) | Idílio * (2017) para piano solo
Sérgio Azevedo(n. 1968) |Bergerettes I - 1o and. para oboé
Anne Victorino d’Almeida (n. 1978) | Sonatina Breve para oboé e piano
Eurico Carrapatoso(n. 1962) | Três Peças Atlânticas para oboé e piano
Robert Lemay (n. 1960) | Tie-Break para saxofone e violoncelo
Eduardo Marques (n. 2000) | Quanto Morre Um Homem * (2018) para tenor e piano
João Carlos Pinto (n. 1998) | Nothingness as an Emergence * (2018) para violoncelo preparado e electrónica
Luís Mandacaru (n. 1997) | Hexagramas * (2017) para piano a 4 mãos
Giovanni Zaniol (n. 1992) | Richiami II * (2018) para flauta, oboé, corne inglês e percussão
Giovanni Zaniol (n. 1992) | Le domande di Aldo * (2018) para quarteto de saxofones e electrónica
Sobre a captação sonora: Para a captação foi utilizado um par stereo que permite um registo geral de todos os ensembles e a sua interação com a sala, e diversos microfones pontuais de modo a reforçar os instrumentos na sua individualidade. Dada a presença do piano em várias peças, dois dos microfones foram-lhe dedicados, enquanto os restantes pontuais serviram para diversos instrumentos. Este plano permitiu um controlo mais detalhado e minucioso sobre todos os elementos, algo que não seria possível com a utilização de apenas um par stereo.
Sobre a pós-produção de áudio: O processo começou por uma edição do áudio dos diversos microfones, dado a constituição dos ensembles variar de peça para peça. Assim, separaram-se as faixas por peça e procedeu-se à seleção dos microfones usados em cada uma. Por fim, procedeu-se ao ajuste de níveis dos diversos microfones, de forma a obter uma mistura equilibrada e coerente, recorrendo ao uso de plug-ins para melhorar a qualidade de algumas faixas. Consequentemente, os processos de edição e mistura áudio das obras resultaram num produto final rico e conciso, tanto em termos técnicos como musicais.
Sobre a pós-produção de vídeo: Para a edição do vídeo, começou-se por alinhar as várias câmaras. Este passo consiste em sincronizar as diferentes faixas de vídeo pelo seu áudio, pela procura de um pico evidente na faixa de áudio de uma das câmaras e alinhando as restantes. Em seguida, procedeu-se à edição propriamente dita e escolha dos planos de câmara, visualizando de início ao fim e selecionando a faixa correspondente à pretendida. Por fim, adicionou-se a faixa de áudio previamente misturada, sincronizando-a da mesma forma previamente explicada e silenciando os áudios captados pelas câmaras em si.
Dia 18 - Concerto n.º 5:
Sérgio Azevedo (n. 1968) | Petite Passacaille sur le nom de Ravel (2017) para violino e piano
Arvo Pärt (n. 1935) | Fratres (1977) para violino e piano
Inês Madeira Lopes (n. 1999) | Submerso * (2018) para quarteto de cordas
Bernardo Beirão (n. 1997) | De tanta ânsia, emudeci *(2018) para clarinete solo
Diogo da Costa Ferreira ([0,+∞[) | Le vent murmure Ithaque (2015) para flauta solo
Karlheinz Stockhausen (1928-2007) | Kontakte (1960) para piano, percussão e electrónica
Universidade de Évora:
Paulo Novado | Disruption * (2018) para ensemble
Pedro Nunes | Run * (2018) para ensemble
Christopher Bochmann (n. 1950) | Tertúlia * (2018) para ensemble
Sobre a captação sonora: Para a captação foi utilizado um par stereo que permite um registo geral de todos os ensembles e a sua interação com a sala, e diversos microfones pontuais de modo a reforçar os instrumentos na sua individualidade. O concerto consistiu em 3 peças de um ensemble convidado da Universidade de Évora, 5 peças de compositores vários e culminou com uma apresentação do Kontakte de Stockhausen. Dada a variedade de ensembles, definiu-se uma configuração dedicada ao ensemble de Évora, microfones pontuais dedicados às 5 peças intermédias, e todo um outro set e sessão dedicados apenas ao Kontakte, dada a sua natureza complexa e necessidades específicas de amplificação. Este plano permitiu um controlo mais detalhado e minucioso sobre todos os elementos.
Sobre a pós-produção de áudio: O processo começou por uma edição do áudio dos diversos microfones, dado a constituição dos ensembles variar de peça para peça. Assim, separaram-se as faixas por peça e procedeu-se à seleção dos microfones usados em cada uma. Pela complexidade da seleção, criaram-se 3 sessões de mistura separadas: uma para as 3 peças da Universidade de Évora, outra para as 5 dos diversos compositores, e uma última para o Kontakte. Por fim, procedeu-se ao ajuste de níveis dos diversos microfones, de forma a obter uma mistura equilibrada e coerente, recorrendo ao uso de plug-ins para melhorar a qualidade de algumas faixas. Consequentemente, os processos de edição e mistura áudio das obras resultaram num produto final rico e conciso, tanto em termos técnicos como musicais.
Sobre a pós-produção de vídeo: Para a edição do vídeo, começou-se por alinhar as várias câmaras. Este passo consiste em sincronizar as diferentes faixas de vídeo pelo seu áudio, pela procura de um pico evidente na faixa de áudio de uma das câmaras e alinhando as restantes. Em seguida, procedeu-se à edição propriamente dita e escolha dos planos de câmara, visualizando de início ao fim e selecionando a faixa correspondente à pretendida. Por fim, adicionou-se a faixa de áudio previamente misturada, sincronizando-a da mesma forma previamente explicada e silenciando os áudios captados pelas câmaras em si.
Dia 20 - Concerto n.º 6:
Inês Matos (n. 1996) | Linhas * (2018)
para fagote solo
Luís Mandacaru (n. 1997) | Meditações sobre Simbiose, Reverberação e Eco * (2018) para saxofone tenor e violoncelo
Pedro Beirão (n. 1997) | Colagens sobre Bach * (2016) acusmática
Sérgio Lopes (n. 1997) | Saara * (2017-2018)
para violino solo
André Lisboa (n. 1998) | Pequena Suite para Clarinete Alto (2018) para clarinete alto solo
Érica Liane (n.1997) | Memória | Okiya Flor * (2017-18)
Ópera de Câmara, para 2 sopranos, mezzo, 2 barítonos e coro
Sobre a captação sonora: Este concerto organizou-se em duas partes, a primeira em que foram apresentadas peças para instrumento solo, duos e acusmática; uma segunda parte em que se apresentou a ópera da compositora Érica Liane intitulada “Memória | Okiya Flor”. Para a captação foi utilizado um par stereo que permite um registo geral de todos os ensembles e a sua interação com a sala. Nalgumas peças foram também utilizadas captações pontuais. Para a captação da ópera foram utilizados vários pares stereo, um por cada secção e captações para alguns instrumentos, como o piano. Além disso foram dedicados microfones de lapela para as personagens principais da ópera e um microfone para o coro. A complexidade desta captação foi devida à instrumentação alargada e o espaço em palco reduzido, que fez com que fosse necessário pensar bem a contaminação entre microfones. Mesmo assim, as dificuldades foram em grande parte ultrapassadas pelo planeamento antecipado e o resultado final da captação apresenta boa qualidade e com boas características sonoras para ser editada e misturada.
Sobre a pós-produção de áudio: O processo começou pela edição do áudio dos diferentes microfones, dado a constituição dos ensembles variar de peça para peça. Assim, separaram-se as faixas por peça e procedeu-se à seleção dos microfones usados em cada uma. Foram criadas sessões diferentes para cada peça para facilitar a posterior edição. As peças de instrumento solo e duo foram editadas e apenas se equilibrou a captação stereo geral com a captação pontual. Para a ópera, devido à complexidade da captação necessitou uma audição ainda mais cuidada para tentar identificar alguns problemas e características de tímbre menos fieis à realidade. Assim, depois de se proceder ao ajuste de níveis dos diversos microfones, recorreu-se ao uso de plug-ins de equalização, filtragem e compressão usados para melhorar a qualidade sonora de algumas das pistas. Os ajustes de panorâmica seguiram o posicionamento dos músicos em palco para melhor representarem o momento do concerto. O resultado dos processos de edição e mistura áudio das obras gravadas apresentam as características sonoras desejadas e transmitem a musicalidade e expressividade captadas.
Sobre a pós-produção de vídeo: O processo de edição do vídeo começa com a correção de cor entre as várias câmaras para que se consiga uma uniformidade entre as diferentes máquinas utilizadas. Seguidamente alinham-se temporalmente os diferentes planos as várias câmaras. Este passo consiste em sincronizar as diferentes faixas de vídeo pelo seu áudio, de modo a que as transições tenham correspondência entre as várias câmaras e o áudio gravado. Em seguida, procedeu-se à escolha de planos e à edição propriamente dita, visualizando de início ao fim e selecionando a faixa correspondente à pretendida. Por fim, adicionou-se a faixa de áudio previamente misturada, sincronizando-a e silenciando os áudios captados pelas câmaras em si. O vídeo da ópera, em particular, apresenta um resultado final bastante interessante. A iluminação utilizada contribuiu positivamente para a riqueza cromática do vídeo.
(* obras em estreia absoluta)
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